3. A VERDADE DA EXTINÇÃO DO SOFRIMENTO
A
terceira verdade nobre do budismo preconiza que é necessário suprimir o desejo
para suprimir o sofrimento. O desejo deixa o homem apegado a um mundo vão e
doloroso gerando nele aquele ser fictício que quer inconsideravelmente a vida. Esta
terceira verdade derivasse diretamente da verdade anterior: para suprimir o
sofrimento não há outra via a não ser suprimir o desejo, filho da ignorância.
Para
Buda, não basta renunciar apenas os desejos irracionais, é preciso renunciar o
desejo em si, e até mesmo o desejo de uma vida futura. Esta renúncia não
consiste na mortificação do prazer, nem na elevação do ser de uma pessoa por
meio de expiação ou holocausto, em face de um “totalmente Outro”, Deus, que segundo
o budismo, não existe.
Kyokai
(2013) afirma que o desejo é a raiz de toda a paixão humana, se ele “puder ser
removido, aí, então, morrerá esta paixão e desaparecerá, consequentemente, todo
o sofrimento humano”. A meta buscada com esta renuncia é a cessação da maldição
da nossa existência fenomênica e o seu apego a um mundo também fenomênico.
Padovani
e Castagnola (1990), em nota, declara que o budismo pretende que se evite
especialmente o amor à mulher, daí derivando a conservação da espécie humana. O
que é a extrema expressão do desejo, da vontade de viver, e, portanto, implica
o extremo sofrimento humano.
Contudo,
segundo Morais (1996) a cessação do sofrimento só acontecerá no estado do
nirvana, definido por ele como a “serenidade ou deleite supremo após extinção
do desejo”.
Prof.
Lucio M. L. Lima