Prof. Lucio Mauro Lira de Lima
1. ÉTICA E MORAL
1.1.
A Moral
Os conceitos de moral e ética, ainda
que diferentes, são com frequência usados como sinônimos. No então, podemos
estabelecer algumas diferenças entre esses conceitos.
A moral é o conjunto das regras de
condutas admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas. A ética ou
filosofia moral é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito
das noções e princípios que fundamentam a vida moral.
O comportamento moral varia de
acordo com o tempo e o lugar, conforme as exigências das condições nas quais as
pessoas se organizam ao estabeleceram as formas de relacionamento e as práticas
de trabalho.
1.2.
A Ética
A ética é um dos ramos tradicionais
da árvore filosófica. Vejamos o que diz o filósofo W. C. Young sobre o assunto:
ÉTICA.
A ética ou filosofia moral é a parte da axiologia (teoria dos valores) que se
ocupa da conduta humana, tanto individual como social. O que é o justo? O que é
o bom? São as perguntas estabelecidas pelo filósofo moralista.
A
ética é uma ciência normativa muito mais que descritiva. A psicologia é a
ciência descritiva que se ocupa da personalidade, enquanto a ética é a ciência
normativa; a sociologia é a ciência descritiva que se ocupa do grupo, enquanto a
ética social é a ciência normativa do comportamento do grupo. De modo que a
ética se ocupa não do que é, mais do que deve ser, do ideal.
2. ÉTICA PESSOAL E ÉTICA SOCIAL
2.1.
Ética Pessoal (Padrão Moral Individual)
Independente de leis governamentais
ou regimentos de instituições sociais, cada indivíduo possui sua própria
consciência que dita interiormente, no fundo da alma, leis que ela própria
cria. Para cada indivíduo, até que o convençam do contrário, seu ponto de vista
pessoal é a sua lei, ou a base dos princípios éticos que norteiam o seu
comportamento.
Por exemplo: há indivíduos que
jamais usariam cabelos compridos. Outros por princípios religiosos jamais
jogariam futebol. Há pessoas que não veem nenhum problema em rezar “o pai
nosso”, seminu, por ocasião da oração na hora do deitar.
Existem
também cristãos que fazem uso do vinho em suas refeições. Porém, jamais
frequentariam uma praia. Por outro lado, há muitos que vão à praia, porém, não
tocariam em um copo de vinho. Outros não fariam nem uma coisa nem outra.
O padrão moral pessoal varia de
indivíduo para indivíduo. Dificilmente duas pessoas pensariam exatamente
iguais. Naturalmente, em meio a tantas variantes, não se pode afirma que aquilo
que alguém cria como padrão ético pessoal, seja o padrão ético verdadeiro, ou
exprime o padrão ético absoluto.
2.2.
Ética Social (Padrão Moral Coletivo)
No pensamento coletivo as normas
éticas também não são absolutas. Podemos ver no seguinte fato: a sociedade
jamais aceitaria que uma pessoa andasse despida, exibindo a nudez pelo meio das
ruas. Porém, esta mesma sociedade admite que uma pessoa fique nua em um palco
de boate exibindo seu corpo diante de uma plateia.
A
ética social exprime o pensamento ou o comportamento da coletividade. Não
representa um princípio ético absoluto. As constantes mudanças nas leis
governamentais e as insatisfações populares mostram que as normas éticas vêm
sofrendo alterações com o decorrer do tempo.
Hoje,
se assiste a filmes e a programas que jamais seriam exibidos há algumas décadas
atrás. A ética em relação às vestimentas pessoais também vem sofrendo mudanças.
Continuará sempre assim, desde que não haja um padrão que represente um
princípio ético de vestimenta para todos os tempos. Os valores da ética social
estão sempre sendo questionados. Os valores sociais são mutáveis porque nenhum
deles representa um valor definitivo ou eterno.
3. ABORDAGENS E ALTERNATIVAS ÉTICAS
BÁSICAS
PROBLEMA:
É correto mentir para salvar uma vida? Contar a verdade é mais importante do
que salvar vidas? A pessoa conta uma mentira para salvar uma vida, ou sacrifica
uma vida para salvar a verdade?
3.1.
O Antinomismo Ético
Mentir não é certo nem errado. Não
há normas. Há uma frouxidão da lei moral. Não existem leis éticas relevantes. A
palavra antinomismo significa “contra a lei” ou “sem lei”. As normas éticas
usadas pelos homens são subjetivas. Tem relevância apenas emotiva. Não existe
uma norma ética inquebrável. Qualquer posição tomada não seria nem certo, nem
errado.
3.2.
O Absolutismo Ético
O absolutismo afirma que só pode
haver uma norma. Ela é inquebrável. Existe uma lei ética que não se pode
transgredir. Não podemos de nenhuma maneira faltar com a verdade. Muitas
pessoas são absolutistas em sua maneira de ver e avaliar a conduta humana. É
fato comprovado, vários indivíduos afirmam: “É assim e pronto!” O absolutista,
não aceita outro ponto vista. Não quer outra opinião diferente da sua.
3.3.
O Situacionismo Ético
Afirma que existe uma norma
universal. Mentir é sempre errado. Mas, o amor está acima da lei. Para o
situacionista, aonde o amor e o bem prevalecem a quebra da ética é aceitável. O
situacionismo avalia a razão pela qual a ética ou um mandamento deixam ou não
de prevalecer e aceita como válida ou viável a transgressão de um princípio
moral.
REFERÊNCIAS
ARANHA,
Maria Lúcia A.; MARTINS, Maria Helena P. Filosofando: Introdução à Filosofia.
3ª edição revista. São Paulo: Moderna, 2006.
BRITO,
Robson. Ética Cristã. Programa
do Curso Bacharel em Teologia. Itaguaí: FASTE, s.d.
EQUIPE
CIRANDA CULTURAL. Minidicionário de Espanhol. São Paulo: Ciranda Cultural, s.d.
GEISLER,
Norman L. Ética Cristã: Alternativas e Questões Contemporâneas. São
Paulo: Vida Nova, 2008.
YOUNG,
Warren C. Un Enfoque Cristiano a La Filosofia. Chicago: Baker Book House, s.d.