segunda-feira, 4 de abril de 2016

O SURGIMENTO DA INDÚSTRIA CULTURAL


Foi na segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial e consequente hegemonia do capitalismo (sistema econômico no qual os meios de produção são de propriedade privada, e o principal objetivo é a produção de lucro), que as produções artísticas também começaram a ser vistas como um bem de consumo, ou seja, um produto.
Nesse contexto se estabeleceu a indústria cultural, como é chamado o setor econômico responsável pela produção e comercialização de obras artísticas.
Ao seguir a lógica capitalista, a indústria cultural transformou as produções artísticas em um bem que pode ser adquirido por um valor monetário, promovendo o lucro do empresário que as fornece. Por essa razão, outra característica da indústria cultural é a produção em série e em larga escala, visando atender um amplo público consumidor.
O desenvolvimento da imprensa e do mercado editorial foram fundamentais para a difusão da indústria cultural. Na Europa, no século XIX, por exemplo, os jornais passaram a contratar escritores para produzir folhetins (obras literárias de narrativa ágil, fragmentadas em capítulos), recebendo um pagamento para essa atividade.
A consolidação desse ideal capitalista da produção artística, no entanto, ocorreu em meados do século XX com a popularização dos veículos de comunicação como os jornais, o rádio e a televisão, meios fundamentais para a difusão dos produtos decorrentes da indústria cultural.
Esses meios, no entanto, além de divulgadores dos produtos desse segmento são também produtores. É o caso, por exemplo, da indústria cinematográfica.
Em todo o mundo são produzidos filmes que levam milhões de espectadores aos cinemas alcançam recordes de arrecadação. Há algumas décadas, o polo cinematográfico com maior inserção mundial é o que se encontra em Hollywood, distrito de Los Angeles, Califórnia, nos Estados Unidos.
Os filmes produzidos por Hollywood são exibidos em salas de cinema do mundo todo, disputando espaço com as produções locais. Essa ação globalizada, de ampla abrangência, pode conflitar com a conduta local.
O surgimento da indústria cultural ampliou o mercado de trabalho para os artistas e facilitou o acesso da população a suas obras. Por outro lado, um dos problemas apontados pelos críticos desse modelo é que a indústria cultural precisa ter inserção e abrangência na sociedade; assim, para vender seus conteúdos artísticos, estabelece a massificação de seus produtos. Dessa forma, ocorre uma padronização das produções culturais a fim de atingir o maior número de pessoas (consumidores).
REFERÊNCIA

AOKI, Virgínia. EJA Moderna: Educação de Jovens e Adultos. São Paulo: Moderna, 2013.