terça-feira, 15 de novembro de 2022

A REPÚBLICA DO BRASIL: 133 ANOS DE PROCLAMAÇÃO


Prof. Lucio Mauro Lira de Lima

    Hoje, comemoramos 133 anos de proclamação da República brasileira. Isso remete-nos ao dia 15 de novembro de 1889. Nesse dia, o Império do Brasil foi substituído pelo sistema republicano. E, sob a liderança do Marechal Manoel Deodoro da Fonseca, proclamada a República Federativa dos Estados Unidos do Brasil. 

    Em primeiro lugar, o dia 15 de novembro de 1889, nada teve de especial. Não ocorreu tiros. Não houve revolução. O povo não saiu às ruas do Rio de Janeiro (capital do país) para depor o Imperador. A população não invadiu o Palácio da Guanabara para instalar o novo sistema de governo. O dia 15 de novembro foi obra dos militares e das elites brasileiras, insatisfeitas com a administração política e econômica retrógrada da monarquia. 

    Em segundo lugar, as elites dirigentes pouco fizeram pelos cidadãos excluídos da República. Para ser preciso, os excluídos não eram cidadãos. Os "cidadãos excluídos", dentre eles, mulheres, analfabetos e afrodescendentes, não possuíam direitos políticos. Nascia, em 1889, a República Velha, a República das Espadas, a política do café com leite e a desgraçada prática do voto de cabresto. 

    Portanto, esta é a verdade dos fatos. A proclamação da República foi uma manobra política. Uma alternância de poder. Um império que vai. Uma república que vem. Contudo, aquiescemos, o dia 15 de novembro de 1889, dá início a uma nova etapa da história do Brasil. Como podemos notar, marcada por muitas contradições.




terça-feira, 1 de novembro de 2022

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS EM GAMELEIRA-PE: O QUE OS NÚMEROS NOS REVELAM?


Prof. Lúcio Mauro Lira de Lima
Mestre em Sociologia

Não queremos entrar no mérito das discussões sobre a direita e a esquerda brasileira em torno da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. Até aqui, a literatura política está polarizada. Para os direitistas, Lula é um ladrão que deveria está preso por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Para os esquerdistas, Lula é inocente. Nunca cometeu crime algum. A sua prisão foi arbitrária. Uma manobra política para tirá-lo do jogo eleitoral de 2018. 

Esses foram os discursos políticos construídos e disseminados nos últimos anos pelos ideólogos e propagandistas do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Liberal (PL). Em face da disseminação massiva, esses discursos chegaram ao município de Gameleira e, em outras cidades pernambucanas. Contudo, a máquina de propaganda do candidato do Partido Liberal, apesar de ter contribuído para acrescer alguns votos à chapa perdedora, não foi suficiente para impor derrota ao candidato petista. Dito isso, vamos aos números.

Em Gameleira, comparando os resultados eleitorais de 2018 com os de 2022, o Lulismo é a preferência política predominante. No 2º turno das eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad (PT), obteve 72,75% (7686 votos). Jair Bolsonaro (PSL), 27,25% (2879 votos). Nas eleições 2022 (2º turno), os percentuais sofreram uma leve alteração, mas, sem impacto significativo quando observamos o quantitativo de votos válidos do candidato petista: Lula (PT) obteve 7.613 votos (69,26%). Jair Bolsonaro (PL), 30,74% (3379 votos).

Em síntese, o aumento de votos de Bolsonaro de 2879, em 2018, para 3379, em 2022, não significa, necessariamente, explosão do capital político do Bolsonarismo em Gameleira. De fato, ocorreu um crescimento de 3,45%  dos votos. Mas, os votos do candidato petista ficaram estáveis, apesar, de uma insignificante diminuição de 3,40% (73 votos a menos) em relação a 2018. Essa votação, inferimos, poderia ser mais expressiva, caso não tivessem ocorrido 3513 abstenções no 2º turno e considerando-se a identificação dos gameleirenses (nordestinos) com a agenda política dos, agora, "petistas-peessedebistas".