segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O BUDISMO E AS QUATRO NOBRES VERDADES DO SOFRIMENTO (PARTE II)

1. A VERDADE DO SOFRIMENTO
         Siddhartha Gautama, o Buda, em sua busca pela iluminação descobriu que o mundo está cheio de sofrimento. Este se manifesta em todo o ciclo da vida: nascimento, velhice, doença e morte. O sofrimento também está presente quando odiamos, quando estamos separados de um ente querido, quando lutamos inutilmente para não satisfazermos os desejos, quando estamos unidos com aquilo que não gostamos, quando separamo-nos daquilo que amamos e quando não conseguimos o que queremos. De fato, a vida que não está livre dos desejos e paixões, está sempre envolta com a angústia. Eis o que se chama a Verdade do Sofrimento.
         Segundo Damião (2007) a verdade do sofrimento é chamada “Duhkha”. Contudo, em termos budistas afirma o citado autor que o sofrimento “implica algo mais do que mero desconforto físico e psicológico. Tudo é passageiro, e isso mancha a existência pelo sofrimento. O budismo reconhece alguma alegria tanto na família quanto no mosteiro, porém tudo o que o homem ama e as coisas às quais se apega simplesmente não vão durar”.
         Para refletir.
Prof. Lucio Lima

O BUDISMO E AS QUATRO NOBRES VERDADES DO SOFRIMENTO (PARTE I)

INTRODUÇÃO
O Budismo tem ganhado muita notoriedade nos dias hodiernos.  No Brasil, a apologia a esta filosofia tem sido feita ultimamente através da novela Joia Rara, da Rede Globo, onde encontramos a atriz Mel Maia, no papel de “Pérola Houser” – uma menina que segundo a trama é a reencarnação de Ananda Rimponche, um líder espiritual budista.
Apenas por curiosidade citamos que na história do Budismo, “Ananda” foi o mais próximo e querido discípulo de Buda. Nos comentários que seguem analisaremos “As Quatro Nobres Verdades do Sofrimento”.
Para refletir.
Prof. Lucio Lima

sábado, 16 de novembro de 2013

PRINCIPIOS DO JAINISMO


         Fundada por Mahavira, a filosofia jainista gira em torno do conceito da alma que na existência presente encontra-se encarcerada e em sofrimento. O jainismo adota o ascetismo e a meditação para ensinar a alma de cada pessoa (Jiva), como vencer a existência material e se libertar dela. Os princípios do jainismo são:
1) AHINSA: O princípio da não violência;  
2) APARIGRAHA: O princípio da renúncia às coisas materiais;
3) ANEKATWAD: O princípio segundo o qual não existe apenas uma verdade, mas muitas verdades, cada qual representada por um ponto de vista;  
4) KARMA: O princípio da responsabilidade pelas próprias ações, palavras e pensamentos, os quais determinam o futuro da pessoa.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

PROFESSOR E CIDADANIA


         De repente descobriram a cidadania: autoritários de ontem viraram baluartes de reivindicações populares, a fome virou tema de televisão, discriminação e racismo frequentam os papos dos bares da moda. Cada qual tem sua opinião a respeito, mas uma coisa pelo menos todos têm em comum: cabe ao professor papel fundamental na formação de jovens com consciência de cidadania plena, direitos e deveres.
         Fico contente com isso. A percepção, pela sociedade, da importância do professor já é um passo importante, partindo de um país que só tem denegrido e humilhado os professores, por meio de salários indignos, condições de trabalho desumano e total falta de respeito profissional e humano. Não é, afinal, no Brasil que muitas pessoas se deliciam com o humor chulo do Sr. Chico Anísio, conduzindo um programa em que o professor é idiotizado, os alunos são boçais estereotipados, o processo de ensino se resume a uma soma de informações de almanaque, descosturas (como se ensinar se resumisse a isso) e todos os tipos de preconceitos (raciais, nacionais, sexuais, etc.) correm soltos? Não é no Brasil em que se confessar professor provoca condescendente piedade? Não é aqui que muitos professores nem sequer tem talão de cheques, pois os seus ganhos não os qualifica para isso junto ao banco?
         (...) É a este professor que hoje nos dirigimos solicitando aulas de cidadania, a este professor que não tem sequer o dinheiro necessário para comprar livros, instrumentos básicos para sua formação, tão necessários quanto o estetoscópio para o médico ou a pá para o pedreiro. Este professor que, quando lê, o faz apenas no livro didático que adotou para seus alunos e que acaba funcionando como única fonte de informações também para ele.
         Tenho encontrado, ao longo destes últimos anos, notáveis e incríveis centros de excelência, mesmo em escolas públicas de periferia, com alunos carentes atingindo desempenho surpreendente, graças ao trabalho dedicado e inteligente de seus professores. Há também várias ações inteligentes desenvolvidas por autoridades educacionais lúcidas. O fato, porém, é que ações eventuais ou isoladas não são suficientes. Nosso sistema educacional necessita uma ampla reforma, para qual, afirmo sem medo, temo recursos humanos potencialmente capazes. Dinheiro é necessário, mas não é tudo: muitas prefeituras chegam ao final do exercício sem conseguir, por falta de projetos, gastar toda a verba que, por lei, são obrigadas a empregar na educação.

REFERÊNCIAS

PINSKY, Jaime. Professor e Cidadania. In: PILETTI, Nelson. Sociologia da Educação. 18ª edição. São Paulo: Ática, 2004.


terça-feira, 17 de setembro de 2013

A ECONOMIA SOCIALISTA


         A situação dos trabalhadores no início do desenvolvimento capitalista na Europa era a pior possível. Diante dessa situação surgiram contestações à ordem vigente, críticas ao capitalismo e propostas de novas organizações sociais. O capitalismo passou a ser visto, principalmente por Marx e Engels como um sistema injusto, opressor, irracional, causador de crises econômicas e explorador da força de trabalho, visando unicamente o lucro e a acumulação progressiva de capitais.
Os socialistas acreditavam que a economia não deveria beneficiar poucos indivíduos (a burguesia), mas toda a sociedade. Por isso, em vez da competição do mercado e da exploração do homem pelo homem, propunham cooperação e uma sociedade onde terras, bancos, minas e fábricas pertencessem a todos aqueles que produzissem e trabalhassem. Tudo seria de todos e os frutos do trabalho coletivo, distribuídos de acordo com a produção de cada um. Desta forma, ninguém exploraria ninguém.
As características fundamentais propostas para o modo de produção socialista são: 1) A propriedade privada é substituída pela propriedade social, agora pertencente ao Estado e controlada pelos trabalhadores; 2) O Estado tem a função de distribuir bens e serviços de acordo com as necessidades de cada indivíduo; 3) O poder do proletariado é exercido por intermédio do Estado socialista, que passa a planejar a economia, estimulando o que e como produzir.
Segundo Nikitin (1967) o modelo socialista de produção tem como essência, o controle do Estado em todos os postos de comando da economia nacional. Partindo das leis econômicas do socialismo, o Estado socialista delineia os planos concernentes ao desenvolvimento da economia e os põe em prática, mobilizando para isso todos os trabalhares. O governo determina a escala, a velocidade e as proporções do desenvolvimento de todos os ramos da economia e o volume e estrutura dos investimentos de capital. Organiza o financiamento e os créditos, prepara o orçamento estatal e assegura sua execução, distribui a renda nacional e decide qual a parcela que deve caber à acumulação e qual deve caber ao consumo. Os órgãos estatais observam contabilização e controle rigorosos da quantidade de trabalho e da quantidade do consumo. Determina a política salarial, organizam o movimento das mercadorias, fixam os preços dos artigos. Preparam, educam e repartem os quadros de pessoal. Organizam todos os vínculos do aparelho administrativo.

REFERÊNCIAS

COELHO, Marcos A.; TERRA, Lygia. Geografia Geral: O Espaço Natural e Socioeconômico. 4ª edição. São Paulo: Moderna, 2001.

OLIVEIRA, Luiz F.; COSTA, Ricardo C. R. Sociologia para Jovens do Século XXI. Rio de Janeiro: Imperial Novo Século, 2007.

NIKITIN, P. Fundamentos de Economia Política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1967.

Prof. Lucio M. L. Lima


OS ÁRABES E O ISLAMISMO


         O território da Arábia faz parte do Continente Asiático, e é uma península com 03 milhões de Km², mas 5/6 deste total são desertos inabitáveis. A península é ladeada pelo Mar Vermelho, Golfo Pérsico e Mesopotâmia. Em razão da grande área desértica, o povo se concentra principalmente na orla marítima onde a terra é fértil. As áreas de maior concentração são Iêmen e Hadjaz, onde se destacam as cidades de Meca e Medina.
         O povo árabe pertence ao grupo étnico semita. Seu comportamento é bastante heterogêneo. O homem do litoral é sedentário, vivendo em agrupamentos urbanos, dedicando-se ao comércio, a indústria e também a agricultura. O homem do interior (os beduínos) é nômade, agressivo e vive em função dos oásis.

1. A ARÁBIA PRÉ-ISLÂMICA

         De origem semita, as tribos nômades do deserto, conhecidas como beduínos foram os primeiros habitantes da Península Arábica. Por volta do século VI, mais de três centenas de tribos habitavam a região; incluindo as tribos urbanas que ocupavam a faixa costeira do Mar Vermelho e do sul da península com melhores condições climáticas e maior fertilidade do solo. Concentravam-se principalmente em Meca (a cidade mais importante), e em Iatreb.
         Na Arábia Pré-Islâmica, os árabes não formavam um Estado. Estavam divididos em cerca de 360 tribos independentes governadas por Sheiks, umas sedentárias outras nômades. Professavam uma religião politeísta onde Alá era o Deus principal, e havia uns 360 ídolos, correspondente ao número das tribos. Entre elas existia um ponto de união que era a Caaba: um templo em forma cúbica cujas paredes são cobertas por um pano preto. Localizava-se em Meca e nesse Santuário estavam os ídolos tribais e mais uma pedra que diziam ter sido originalmente branca, mas se tornara negra por causa dos pecados dos homens.
         Os árabes visitavam anualmente o templo, resultando daí num grande desenvolvimento de Meca. A importância desta cidade era decorrente de seu valor comercial e religioso, uma vez que lá se encontrava a Caaba. Os coraixitas, era a mais importante tribo árabe, desfrutavam de grande poder e prestígio, controlavam a cidade de Meca e eram responsáveis pela guarda do Santuário.

2. A ARÁBIA ISLÂMICA

2.1. A Unificação Árabe

         Para os povos árabes, o Islã, que significa “submissão à vontade divina”, é mais do que uma religião. É o que lhes dá identidade cultural e o que, durante muito tempo lhes proporcionou unificação política. Segundo o Corão, o livro sagrado do Islamismo, a origem do Islã está na missão que Maomé teria recebido do anjo Gabriel: a de propagar a vontade de Alá, o único Deus verdadeiro e criador de todas as coisas.
         A partir daí, Maomé assume a condição de Profeta e inicia a sua pregação, que também é uma campanha militar: em torno da fé ele unifica as tribos e os clãs em que se dividiam os árabes.
         Portanto, a unificação árabe, deu-se em por meio da religião.

2.2. Maomé e o Islamismo

         Maomé nasceu em Meca por volta do ano 570 e pertencia a tribo dos coraixitas. Embora pertencesse a uma tribo importante, era pobre e ficou órfão ainda muito pequeno, tendo que se dedicar à profissão de pastor para se manter. Mais tarde, entregou-se à meditação espiritual. Mais ou menos aos 40 anos de idade, Maomé teve uma visão que dizia ser do Anjo Gabriel, que o ordenou em nome de Alá a pregar uma nova religião na qual “só Alá é Deus e Maomé o seu profeta”.
         Recebendo o apoio de sua mulher e de algumas discípulas e convencido de sua missão religiosa; começou a divulgação de suas idéias.
         Pregava a existência de um Deus único, a prática do islã (abandono e submissão à vontade de Deus) e a destruição dos ídolos. Isto não foi aceito pela aristocracia de Meca, que chegou a ameaçá-lo de morte.
         Quanto as suas visões, talvez fossem decorrentes dos jejuns prolongados que Maomé praticava, ou de ataques epilépticos.
         Em 622 ocorre a hégira, quando Maomé abandona Meca devido as ameaças que vinha sofrendo e foi buscar adeptos em diversas regiões da Arábia. Foi para Iatreb que depois veio a se chamar Medina (a cidade do profeta), e é a partir desse acontecimento que começa o processo de Islamização e consequentemente a unificação do povo árabe. Dado o significado da data, foi usado como marco inicial do calendário muçulmano.
         Logo depois de sua chegada a Medina, formou-se um grupo considerável de adeptos da nova doutrina, partindo daí a islamização de outras tribos. Pregava-se a “Guerra Santa” contra os infiéis.
         Em 630, Maomé entrou vitorioso em Meca. Dois anos depois ocorre sua morte, após conseguir que a sua doutrina fosse aceita em toda a Europa.

3. EXPANSÃO E DECLÍNIO ÁRABE

         Após a morte de Maomé em 632, a expansão religiosa prosseguiu agora no contexto da “djihad” (a guerra santa) visando à conversão dos infiéis, ou seja, daqueles que não seguiam o islamismo. Nesse momento, o poder passou para as mãos dos califas ao mesmo tempo chefes religiosos e políticos.
         O Império Islâmico que se formava avançou primeiramente sobre os vizinhos bizantinos e persas. Durante a Dinastia Omíada (661-750), contudo, os árabes avançaram também para o Ocidente tomando o norte da África e chegando a Península Ibérica. O avanço árabe em direção a Europa só foi barrado na batalha de Poitiers (732), quando árabes e francos enfrentaram-se.
         O expansionismo árabe foi causado pelo aumento da população, divido a poligamia; pelo incentivo econômico, pois todo aquele que saísse vivo seria contemplado com uma parte do butim; e pelo fanatismo religioso. Maomé tinha prometido aos que morressem na guerra santa que iriam se encontrar com milhares de virgens no paraíso, onde iriam desfrutar rios de delícias.
         Apesar de motivados a conquista pelo ideal da “djhard”, os muçulmanos foram tolerantes com os povos dominados. Admitiam outras religiões, com exceção das que cultuavam ídolos, e se abriram a várias influências culturais principalmente do pensamento grego e helenístico.
         A unidade do império foi quebrada sob a Dinastia Abássida que substituiu a Omíada em 750, possibilitando o advento de califados independentes sediados em grandes cidades como Bagdá, Córdoba e Cairo.
         A perda da unidade política foi acompanhada da desagregação religiosa com o surgimento de duas seitas principais: a dos Sunitas e a dos Xiitas. Os primeiros fundavam sua crença no Suna (livro sagrada que continha os ditos e feitos de Maomé), acreditavam na livre escolha dos chefes políticos pela comunidade dos crentes. Os Xiitas, por sua vez, defendiam que o poder político e religioso deveria concentrar-se nas mãos de uma única pessoa que descendesse de Maomé, tornando absoluto o poder do Estado.
         As ações dos povos árabes tiveram consequências muito além de seu próprio império. A expansão pela bacia do Mediterrâneo, o controle sobre a região e as constantes incursões realizadas no litoral sul da Europa intensificaram a decadência comercial e a ruralização.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELTRÃO, Zulmira. História Medieval (I). 3º Período de História. Palmares: FAMASUL, 2003.

SIQUEIRA ABRÃO, Bernadette. História da Filosofia. São Paulo: Editora Nova Cultural. 2004.

VICENTINO, Cláudio & DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio. São Paulo: Editora Scipione. 2001.

Prof. Lucio M. L. Lima



terça-feira, 23 de julho de 2013

O FACEBOOK E O CYBERBULLYING

Diga não ao facebullying!

         O facebook é atualmente um dos sites de relacionamentos mais acessados do mundo. Idealizado por Mark Zuckerberg, antigo aluno de Harvard, entrou em circulação na rede mundial de computadores em 04 de fevereiro de 2004.
         Não negamos o aspecto positivo desta web página, contudo, não podemos abstrair o fato dele ter se tornado num canal para a horrenda prática do cyberbullying. Este tipo de agressão está crescendo assustadoramente, devido ao crescente acesso à internet e ao celular.
O cyberbullying é uma nova e crescente forma de bullying virtual que surgiu com o advento das novas tecnologias. Ele envolve o envio de mensagens ofensivas ou humilhantes, e a divulgação de imagens através do computador ou celular.   
O termo foi criado pelo educador e pesquisador canadense Bill Belsey, para identificar o bullying eletrônico, que usa a tecnologia digital (celular, sites de relacionamento, e-mail, blogs) para, de modo insistente e repetitivo, hostilizar, ofender ou ameaçar alguém.  Por ser praticada virtualmente é um tipo de violência cruel e difícil de identificar e punir os agressores.
Essas agressões possuem várias conotações: escrever o que não se tem coragem de dizer ao vivo; revidar ofensas não respondidas em tempo real; expressar opiniões constrangedoras e aviltantes sobre outra pessoa; difamar oponentes mais fortes; caluniar, fazer intrigas, fofocas ou mexericos, desestabilizando as relações interpessoais; colocar apelidos depreciativos, fazer gozações, falar mal, insultar, aterrorizar, irritar, humilhar e quaisquer outras formas de agressão psicológica ou moral.
O bullying virtual cria uma situação totalmente nova em comparação com o bullying tradicional, pois, para agredir virtualmente não é necessário ser o valentão, pertencer a um grupo ou ter coragem de se manifestar publicamente no pátio da escola ou na classe; basta ter acesso a um celular ou à internet.
Portanto, há uma necessidade urgente de adotarmos medidas de intervenção e prevenção das ações que caracterizam o cyberbullying. Qualquer ação de prevenção ou combate que pretenda eficácia pressupõe a atuação de todos os envolvidos no contexto escolar, a saber: gestores, professores, funcionários, alunos e pais.
Pense nisso! Diga não ao facebullying!

Prof. Lucio M. L. Lima